"Quando o mistério chegar,
já vai me encontrar dormindo,
metade dando por
sábado,
outra metade, domingo.
Não haja som nem
silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa
sem senso,
não cesso de observar.
Mistério, algo
que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério
voltar,
meu sono esteja tão solto,
nem haja susto no
mundo
que possa me sustentar.
Meia-noite, livro
aberto,
Mariposas e mosquitos
pousam no texto
incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece
objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como
um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto? "
In: pág. 179
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