sexta-feira, 18 de abril de 2014

18 de abril: DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL


Dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional da LIVRO infantil, em homenagem à Monteiro Lobato. Ele nasceu em 18 de abril de 1882.

Há um capítulo em  A Reforma da Natureza intitulado O livro comestível em que a  Emília propõe criar um livro comestível. E, conversando com a Rãzinha a respeito do seu projeto, ela diz assim:


- Muito simples. Em vez de impressos em papel de madeira, que só é comestível para o caruncho, eu farei os livros impressos em um papel fabricado de trigo e muito bem temperado. A tinta será estudada pelos químicos - uma tinta que não faça mal para o estômago. O leitor vai lendo o livro e comendo as folhas; lê uma, rasga-a e come. Quando chega ao fim da leitura está almoçado ou jantado. Que tal?



A Rãzinha gostou tanto da ideia que até lambeu os beiços.



- Ótimo, Emília! Isto é mais que uma ideia-mãe. E cada capítulo do livro será feito com papel de um certo gosto. As primeiras páginas terão gosto de sopa; as seguintes terão gosto de salada, de assado, de arroz, de tutu de feijão com torresmos. As últimas serão as da sobremesa - gosto de manjar branco, de pudim de laranja, de doce de batata.



- E as folhas do índice - disse Emília - terão gosto de café - serão o cafezinho final do leitor. Dizem que o livro é o pão do espírito. Por que não ser também pão do corpo? As vantagens seriam imensas. Poderiam ser vendidos nas padarias e confeitarias, ou entregues de manhã pelas carrocinhas, juntamente com o pão e o leite.



- Nem precisaria mais pão, Emília! O velho pão viraria livro. O Livro-pão, o Pão-livro. Quem souber ler, lê o livro e depois o come: quem não souber ler come-o só, sem ler. Desse modo o livro pode ter entrada em todas as casas, seja dos sábios, seja dos analfabetos. Otimíssima ideia, Emília!



- Sim - disse esta muito satisfeita com o entusiasmo da Rã. - Porque, afinal de contas, isso de fazer os livros só comíveis para o caruncho é bobagem, podemos fazê-los comíveis para nós também.



-  E quem deu a você essa ideia, Emília?



- Foi o raciocínio. O livro existe para ser lido, não é? Mas depois que o lemos e ficamos com toda a história na cabeça, o livro se torna uma inutilidade na casa. Ora, tornando-se comestível, diminuímos uma inutilidade.

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Monteiro Lobato
 
 

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