"Enfim, depois de
tanto erro passado
Tantas retaliações,
tanto perigo
Eis que ressurge
noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre
reencontrado.
É bom sentá-lo
novamente ao lado
Com olhos que contêm
o olhar antigo
Sempre comigo um
pouco atribulado
E como sempre
singular comigo.
Um bicho igual a mim,
simples e humano
Sabendo se mover e
comover
E a disfarçar com o
meu próprio engano.
O amigo: um ser que a
vida não explica
Que só se vai ao ver
outro nascer
E o espelho de minha
alma multiplica..."
Vinicius de Moraes
Los Angeles, 1946.
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