Ah, Rio que corre no longínquo horizonte
Além das montanhas, depois das colinas.
Rio de águas mansas, claras, cristalinas
De Ti flui a vida, o amor, a paz, a esperança.
É de Ti que procede a água que
faz saciar a sede de justiça.
Tu és quem tiras do coração a sequidão,
Tornando-o como uma bússola em Tua direção.
Ah, meu doce Rio,
Quando a vereda em Tua direção esta clara,
Repleta de flores e cores e amores;
A peleja é azul e branca!
Podemos mesmo correr como criança
e brincar e sorrir e cantar.
E o ventinho traz a doce brisa que provém de Tuas águas!
E o amanhecer é calmo com o seu orvalhar.
Mas, ah Rio, Rio!!!
Quando a peleja em Tua direção esta tensa,
A noite é longa e amedrontadora.
As feras atacam, ladram, aterrorizam; as cobras traem.
A mata é densa e os espinhos penetram na carne e
Produzem profundas fendas, e sangram e doem.
Ah Rio, Rio, Rio!!
Nesse instante o ventinho alcança?
Que caminho tomar? Onde se esconder?
Só se encontra o transtorno, a inquietação,
o descontentamento, a desolação.
E a noite traz o pavor, o receio,
a ansiedade, o horror...
a ansiedade, o horror...
Então, meu doce Rio, o quão suave é esse Teu ventinho
Quando assopra uma pequena certeza:
Ainda haverá outro amanhecer
e abrigará o orvalhar que provém de Tuas águas.
E as ínfimas gotículas poderão suavizar as feridas
E amenizar a dor.
Ah, Rio, Rio!!
Ainda que pareça tênue a esperança
que vem desse Teu orvalhar,
o coração ainda anuncia a Tua direção.
É por essa esperança de aconchegar no Teu curso,
Que o olhar se firma avante,
E renova o desejo de em Ti banhar.
Ah, Rio, doce Rio!!!
Quando, enfim, puder te contemplar.
E em Tuas águas puder me deleitar.
Bem sei como estarei.
Não, não será como o louco sedento do deserto
Que ao mirar um oásis, atira-se nele e irrompe-se na secura da ilusão.
Bem sei, ó meu Rio,
Se as Tuas águas me banharem
a cada serenar,
a cada orvalhar,
a cada ventar:
Limpar-me-ão.
Então estarei mais pura, mais clara, mais certa
De que serenamente caminharei até o cursar do Teu leito,
E mansa e tranquilamente
Encontrarei as Tuas águas,
E Contigo desaguarei na eternidade...
Sara Maria em 25/08/2011
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